Miura Targa/ Saga/ Spider, X8 e Top Sport: Os Miuras que usavam chassi próprio e motor Volkswagen.

OS MIURAS DE TRAÇÃO DIANTEIRA ESTAVAM MUITO Á FRENTE DO SEU TEMPO, INCLUSIVE ATÉ FALAVA....
Como se sabe Aldo Besson e Itelmar Gobbi tinham uma loja de acessórios para Galaxie/Landau e Dart/Charger em Porto Alegre- RS  mas em 1976 com o fim das importações eles resolveram produzir carros ou seja 24 anos antes da GM produzir o Chevrolet Celta naquele estado, mas como todos os fora de série, eles usavam o chassi do Fusca, câmbio e o motor Volkswagen Boxer 1600 refrigerado á ar que gerava 12KGFMa2600RPM e 65CVa4600RPM era o modelo MTS.
                  O MTS com motor Volkswagen Boxer 1600 refrigerado á  ar de 65CV
Mas em outubro de 1980 chegava um novo modelo com chassi tubular próprio e como sempre carroceria de fibra de vidro e uma situação inusitada: motor e tração dianteiros, ele media 4.27metros de comprimento e 2.42metros de entre - eixos, o câmbio era manual de quatro marchas o mesmo do Passat GTS da época e o motor também era o MD260 1.6 ou "AP 1600 de biela curta" ou simplesmente: "AP bielinha" o seu diâmetro era de 79.5mm e o curso de 80mm o que totalizavam 1588cm3, a sua taxa de compressão é de 7:1 dotado de carburador de corpo duplo, com bloco de ferro, cabeçote de alumínio e comando de válvulas simples no cabeçote acionado por correia dentada e com isso gerava 13.2KGFMa4100RPM e 96CVa6000RPM,a sua suspensão utilizava molas helicoidais e amortecedores hidráulicos, na dianteira era Independente tipo McPherson e na traseira era eixo rígido, os freios eram discos ventilados na dianteira e tambores na traseira e a direção é do tipo pinhão e cremalheira aliás herdada do Passat.
                       O Targa chegava ao mercado com motor 1.6 á gasolina de 96CV.
Devemos lembrar que a potência revelada era bruta e era linha 1981, em outubro de 1981 na linha 1982 nada muda, em março de 1982 ele recebe a opção do motor MD260 1.6 ou "AP Bielinha" á álcool, a taxa de compressão vai para 10,8:1 e com isso gerava 13.3KGFMa3500RPM e 98CVa6100RPM, em outubro de 1982 na linha 1983 nada muda, em agosto de 1983 chegava o Spider que era conversível, vale lembrar que o conversível é o Targa é "meio conversível" como o Porsche 911 e no mês seguinte o motor passava a ter sua potência em valores líquidos, o modelo á gasolina tinha taxa de compressão de 8,3:1 e com isso gerava 11.8KGFMa2600RPM e 76CVa5200RPM e versão á álcool agora tinha taxa de compressão de 12:1 e com isso gerava 12.8KGFMa2600RPM e 81CVa5200RPM, em outubro de 1984 na linha 1985 é lançado Miura Saga, o cupê 2+2 da marca, ele tinha o comprimento de 4.53metros e o entre - eixos de 2.58metros e como novidade aproveitou a caixa manual de cinco marchas que estreava no Santana naquele ano e o motor MD 270 ou "AP bielinha" ainda, o seu diâmetro era de 81mm e o curso é de 86.4mm o que totalizavam 1781cm3, a sua taxa de compressão é de 12:1 e com isso gerava 14.9KGFMa2600RPM e 92CVa5000RPM era o mesmo motor do Santana  e como nesses Miura a  tração é dianteira.
A Linha completa da Miura já com o Saga que usava o 1.8 á álcool de 92CV.
E lembre-se que esses primeiros 1.8 vibravam demais e era bem chato e esse 1.8 é basicamente um "AP com biela curta", em outubro de 1985 na linha 1986 ele começa a ganhar requintes como trava por controle remoto que acabaria elimando a maçanetas externas, um pequeno televisor e um bar refrigerado para o passageiro e com se não bastasse um sintetizador de voz que falava com o motorista e até volante de ajuste elétrico, o motor 1.8 era mantido e ganha freios á disco na traseira e o Targa e o Spider dão o seu adeus, agora apenas ficava o Saga no mercado.
Em outubro de 1986 na linha 1987 nada muda, em outubro de 1988 na linha 1988 ele recebe alterações o entre - eixos cai para 2.48metros e o comprimento para 4.36metros, ele passava a se chamar X8, a suspensão traseira passava ser semi - independente com eixo de torção e aproveitando o lançamento do AP 2000 para o Santana, a Miura instala o AP 2000 de mesma concepção do 1.8 o seu diâmetro crescia para 82.5mm e o curso para 92.8mm o que totalizavam 1984cm3, com carburação dupla e maior, a sua taxa de compressão era de 8,3:1 para a versão á gasolina e com isso gerava 16KGFMa3400RPM e 99CVa5600RPM(mas na verdade tinha 105CV) e a versão á álcool com taxa de compressão de 12:1 e com isso gerava 17.3KGFMa3400RPM e 112CVa5600RPM, aliás uma curiosidade desde o lançamento dos Miura eles tinha faróis escamoteáveis, algo raro entre nacionais.
O X8 chegava ao mercado e junto com ele trazia o 2.nada  de "99CV" na versão á gasolina(105CV) e 112CV na versão á álcool.
Em outubro de 1989 na linha 1990 o X8 ganhava nova grade dianteira, faróis e para - choques, novos aerofólio e lanternas e virava Top Sport e ficava em alterações mecânicas.
O Top Sport chegava ao mercado de inicio, mantendo o carburador, mais tarde o motor 2.nada ganhava injeção eletrônica e passava a 120CV.
Em outubro de 1990 na linha 1991 ele ganhava freios ABS, aliás foi o primeiro carro nacional, antes mesmo do Santana e o motor AP 2000 recebia a injeção eletrônica monoponto analógica, apenas á gasolina é o mesmo motor do Gol GTi, a taxa de compressão subia para 10:1 e com isso gerava 18.3KGFMa3200RPM e 120CVa5600RPM, mas era o começo do fim, em outubro de 1991 os sócios decidem parar com a fabricação, afinal não aguentaria a concorrência importada, algo que foi proibido de 1976 a 1990, mas Aldo Besson e Itelmar Gobbi seguiam suas vidas, até que em 2012 Aldo Besson morre, mas o seu legado de esportivos, apesar da tração dianteira, eles reuniam tanta extravagância para época que chegaram até falar.
                                                     COMO SERIA UM MIURA MODERNO?
No caso dos Miuras de motor e tração dianteira, eles poderiam ter duas opções, na entrada o EA 113 2.nada do Jetta que é basicamente um AP 2000 com cabeçote de fluxo cruzado, bloco alto e bielas mais longas(diâmetro x curso é o mesmo) e uma versão de alto desempenho com motor EA 888 2.nada 16V TSI do Golf GTi, mas essa parte é dos sonhos, a realidade é acima.

 



 

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