O supercarro para nosso padrões: O Hoffstetter foi algo interessante durante os anos 1980

O HOFFSTETTER FOI TALVEZ, O ÚNICO SUPERCARRO BRASILEIRO.
O nosso mercado ficou fechado durante as importações de 1976 a 1990, a Puma já existia antes e a Gurgel também, mas existiu vários fabricantes fora de série, entre eles a Hoffstetter que fez, talvez o nosso único supercarro, aliás um supercarro para os padrões daquele tempo.
Ele é lançado em outubro de 1984 na linha 1985 ele usava chassi tubular próprio com carroceria de fibra de vidro e até hoje o único nacional com portas "asa-de-gaivota", ele media 4.17metros de comprimento, 1.74metros de largura, 1.07metros de altura e 2.38metros de entre - eixos, na mecânica o motor era o Volkswagem MD 280 1.8 que é na verdade o AP 1800 com "biela curta", o seu diâmetro é de 81mm e o curso é de 86.4mm o que totalizavam 1781cm3, apenas á álcool e de carburação dupla, com bloco de ferro, cabeçote de alumínio e comando de válvulas simples no cabeçote acionado por correia dentada, ele tinha taxa de compressão de 12:1, mas a Hoffstetter instalou um Turbo e com isso passou a gerar 21KGFMa3600RPM e 140CVa5000RPM, a sua suspensão era independente nas quatro rodas, na dianteira era braços duplos triangulares e molas helicoidais vindas do Chevette, mas adotada de amortecedores pressurizados e na traseira era McPherson do Passat, mas instalada de forma invertida com molas helicoidais e amortecedores pressurizados também, os freios eram discos nas quatro rodas, a caixa de câmbio da Volkswagen foi para trás e o motor era central, os freios eram discos sólidos nas quatro rodas, a direção era do tipo pinhão e cremalheira que era própria, mas curiosamente a suspensão traseira é a dianteira do VW.
              O Hoffstetter chegava ao mercado com motor 1.8 Turbo á álcool de 140CV.
Em setembro de 1986 ele foi testado, foi de 0a100KM/H em 9.3segundos e chegou a 200KM/H, números ótimos para época e o seu consumo urbano foi de 6.2KM/L e o rodoviário foi de 10.2KM/L vazio e 10.9KM/L pelo seu desempenho até que não consumiu muito. No mês seguinte no Salão do automóvel onde todo mundo fez boicote a Hoffstetter esteve presente e mostrou alterações no modelo, ele ganhava um câmbio manual de cinco marchas e a opção do automático de 3 marchas, vinda do Santana e mandada para a traseira, aliás as caixas da VW são assim: onde o motor é instalado a tração vai junto, é o motor é na traseira caso do Hoffsteter a caixa também vai e lógico ele recebeu o AP "bielão" de biela mais longa, mas ainda manteve a potência oficial.
Em outubro de 1988 ele recebe alterações, ganhava um novo aerofólio, o motor AP 1800 dava lugar ao AP 2000, o seu diâmetro é de 82.5mm e o curso é de 92.8mm o que totalizavam 1984cm3 e sempre á álcool, a sua taxa de compressão é de 12:1 e dotado além do Turbo ele ganhava intercooler e com isso gerava estimados 28KGFMa3400RPM e 210CVa5200RPM, aliás era o mais potente da sua época, até hoje o nacional mais potente já feito em carros de passeio é claro.
O novo aerofólio e motor 2.nada Turbo de 210CV marcam a linha 1989.
Não se sabe ao certo o fim da sua produção, mas é provável que tenha acabado com a chegada dos importados, que destruiu a indústria nacional fora de série e a Hoffstetter foi junto.
COMO SERIA UM HOFFSTETER MODERNO?
Agora é ora de soltar a imaginação, para mim já que montaram a suspensão do Passat invertida, poderiam montar a traseira do Civic na dianteira e a dianteira do Gol na traseira de forma invertida e o motor, a VW já tem o EA 888 2.nada 16V TSI de 220CV do Jetta, mas podia ter a versão calibrada para 300CV do Golf R, ia ser algo bem interessante, mas isso fica no sonho.

 

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