O último médio da Fiat de tração traseira: A História do 131 Mirafiori e sua vida na Europa e imigração italiana para os Estados Unidos.



   O FIAT 131 CHEGOU ATÉ SER CAMPEÃO DO WRC E MOSTROU SER O ÚLTIMO MÉDIO DA FIAT COM MOTOR DIANTEIRO E TRAÇÃO TRASEIRA.
Como vocês sabem o Tempra nacional é baseado no Regatta e quem foi o antecessor dele? é simples: o 131 Mirafiori. Aqui no Brasil  nós só conhecemos os Fiat de motor e tração dianteiros. mas no mundo tem motor e tração traseiros e também tem os de motor dianteiro e tração traseira.
   A CHEGADA AO MERCADO EUROPEU SE DÁ em outubro de 1974 na linha 1975 ele chegava em três opções de carroceria: sedã de duas ou quatro portas e a perua chamada de Familiare, ele substituía o Fiat 124 que deu origem a um Lada. Por fora o visual era típico dos anos 1970, ele media 4.24metros de comprimento, 1.63metros de largura, 1.40metros de altura e 2.49metros de entre - eixos e a perua curiosamente as mesmas medidas. três opções de câmbio: manual de quatro marchas, manual de cinco marchas exclusiva como opcional para o 1600 ou automático de três marchas e duas opções de motores, o Fiat OHV 1300 com bloco de ferro, cabeçote de alumínio, comando de válvulas no bloco acionado por varetas e corrente metálica, o seu diâmetro é de 76mm e o curso é de 71.5mm o que totalizavam 1297cm3, com carburador de corpo simples a sua taxa de compressão é de 9,2:1 e com isso gerava 10.4KGFMa3000RPM e 65CVa5200RPM para um motor de comando de válvulas no bloco até que era girador e a segunda opção era o Fiat OHV 1600, ele mantinha o curso, mas o diâmetro passava a 84mm o que totalizavam 1585cm3, carburador de corpo simples e taxa de compressão de 9,2:1 e com isso gerava 12.6KGFMa3000RPM e 75CVa5200RPM. A sua suspensão utiliza molas helicoidais e amortecedores hidráulicos, na dianteira é Independente tipo McPherson e na traseira é dependente tipo eixo rígido com barras panhard e os freios são discos sólidos na dianteira e ventilados na traseira, era uma receita clássica da época.
O 131 Mirafiori chegava ao mercado com motores 1.3 de 65CV e 1.6 de 75CV.

A versão sedã de quatro portas e o mesmo motor.

A Perua tinha os mesmos motores dos outros.
Em outubro de 1975 na linha 1976 nada muda, em outubro de 1976 na linha 1977 chegava a versão Abarth Rally, de apenas duas portas, o câmbio era manual de cinco marchas, como sempre motor longitudinal e tração traseira, já o motor era o Fiat DOHC/Twin Cam ou Bialbero 2000 com bloco de ferro, cabeçote de alumínio, duplo comando de válvulas no cabeçote acionado por correia dentada, ainda que de oito válvulas, dois carburadores de corpo simples, o seu diâmetro é de 84mm e o curso é de 90mm o que totalizavam 1995cm3, a sua taxa de compressão é de 10:1 e com isso gerava 17.4KGFMa3600RPM e 140CVa5600RPM, e se você está perguntando se é o motor do Tempra? sim é ele mesmo, apesar de ter estreado no Brasil em 1991 teve uma vida longa na Itália e isso foi apenas um motivo: homologar ele para o WRC e as mudanças foram maiores, vieram rodas aro 15, freios á disco ventilados na  dianteira e tambores na traseira, só que os tambores eram maiores.
O Abarth 131 chegava ao mercado com motor 2.nada de 140CV.
Em outubro de 1977 na linha 1978 nada muda e em abril de 1978 chegava a reestilização.
A CHEGADA DA SÉRIE 2 TROUXE UMA VERSÃO MAIS LUXUOSA E POTENTE, além do 131 Mirafiori, chegava a versão chamada de SuperMirafiori, por fora nova grade dianteira, nos motores para o Mirafiori foram mantidos os 1300 e 1600 de comando de válvulas no bloco, câmbio manual de quatro ou cinco marchas, ou automático de três marchas, mas trouxe uma novidade: o motor Sovim-Iveco 2000 á diesel, o seu diâmetro era de 88mm e o curso era de 82mm o que totalizavam 1995cm3, a sua taxa de compressão é de 22:1 e com isso gerava 11.5KGFMa2500RPM e 60CVa4400RPM, o SuperMirafiori estreava o 2ACT/Twin Cam/Bialbero em cilindradas menores, o seu diâmetro é de 76mm e o curso é de 71.5mm o que totalizavam 1297cm3, a sua taxa de compressão é de 8,9:1 e com carburador de corpo simples ele gerava 10.5KGFMa4000RPM e 78CVa6000RPM, e além do 1300 ele tinha a versão 1600 de mesma concepção com bloco de ferro, cabeçote de alumínio e duplo comando de válvulas no cabeçote acionado por  correia dentada,o seu diâmetro é de 84mm e o curso se manteve, dotado também de carburador de corpo simples, a sua taxa de compressão é de 9:1 e com isso gerava 13KGFMa3800RPM e 96CVa6000RPM e no diesel ela vinha o 2.5 da família Sofim-Iveco, o seu diâmetro é de 93mm e o curso é de 90mm o que totalizavam 2445cm3, a sua taxa de compressão é de 22:1 e com isso gerava 15KGFMa2400RPM e 72CVa4200RPM e os dois motores á diesel são bloco de ferro, cabeçote de alumínio e comando de válvulas simples no cabeçote, o Abarth dava adeus, em seu lugar chegava o Racing, o câmbio era manual de cinco marchas, aliás os Supermirafiori vinham com câmbio manual de cinco marchas e automático de três marchas, o diesel vinha apenas com o manual de cinco marchas e o 2000 agora era dotado de carburador de corpo simples, mas mesmo assim ainda dava uma potência boa para época: 17KGFMa3600RPM e 115CVa5600RPM e a taxa de compressão é de 8,9:1, suspensão, freios e direção não mudavam, afinal era apenas uma reestilização com nova grade dianteira e para - choques e a perua agora passava a se chamar Panorama e não Familiare.
O 131 Mirafiori/SuperMirafiori chegava ao mercado com nova grade dianteira, nos motores o Mirafiori manteve os 1.3 e 1.6 e estreava o 2.nada á diesel de 60CV e o Mirafiori estreava os novos 1.3 com 78CV e 1.6 com 96CV e o 2.5 á diesel de 72CV.

A Perua agora era chamada de Panorama e o mesmos motor do sedã.

O Racing chegava ao mercado com motor 2.nada de 115CV.
Em outubro de 1978 na linha 1979 nada muda, em outubro de 1979 na linha 1980 nada muda, em outubro de 1980 na linha 1981 nada muda.
 E EM MARÇO DE 1981 CHEGAVA MAIS UMA REESTILIZAÇÃO com nova grade dianteira, faróis e para - choques o Mirafiori herdava os frisos do Supermirafiori, já o Supermirafiori herdava frisos maiores lembrando o nosso Alfa Romeo 2300, nos motores os diesel 2000 e 2500 não mudavam, mas o 1300 dava lugar ao 1400 é da uma família diferente do Fiasa e dos ACT conhecidos no Brasil como "Sevel" com bloco de ferro, cabeçote de alumínio, comando de válvulas simples no cabeçote acionado por correia dentada e carburador de corpo simples, o seu diâmetro é de 78mm e o curso é de 71.5mm o que totalizavam 1367cm3, a sua taxa de compressão é de 9:1 e com isso gerava 10.5KGFMa3000RPM e 70CVa5500RPM, a segunda opção é o 1600 que agora passava ter comando de válvulas simples no cabeçote acionado por correia dentada, o seu diâmetro é de 84mm e o curso é o mesmo do 1300, a sua taxa de compressão é de 9,1:1 e com carburador de corpo simples ele gerava 12.7KGFMa3000RPM e 85CVa5600RPM, o Supermirafiori trocava o 1300 pelo 1400 de 2ACT/Twin Cam/Bialbero, o seu diâmetro é de 78mm e o curso é de 71.5mm o que totalizavam 1397cm3, a sua taxa de compressão é de 8,9:1 e com carburador de corpo simples, ele acaba gerando 11.2KGFMa3800RPM e 75CVa5800RPM. o 1600 Twin Cam herdado da fase 2, mas agora gerava 13KGFMa3800RPM e 97CVa6000RPM, o 2000 Twin Cam herdado dos antigos Racing que agora gerava 17KGFMa3600RPM e 113CVa5600RPM e por último, além é claro do 2500 á diesel, o 2000 á diesel era do Mirafiori e não do Super, mas a carroceria duas portas desaparecia.
O 131 ganhava nova grade dianteira , para - choques e lanternas e também mudança nos motores ele ganhava o 1.3 de 70CV, 1.3 DOHC de 75CV, o 1.6 de 85CV, 1.6 DOHC de 97CV, o 2.nada DOHC de 113CV e os diesel 2000 e 2500 são mantidos.

A 131 Panorama com os mesmos motores do sedã.
Em julho de 1981 a linha é completada com o compressore volumétrico, o motor 2ACT 2000/Bialbero/Twin Cam que é o que nós conhecemos aqui no Brasil, manteve o carburador, mas ganhou compressor volumétrico ou supercharger e com isso a taxa de compressão caiu para 7,6:1 e com isso passou a gerar 21.8KGFMa3000RPM e 140CVa5500RPM tinha mais torque e potência igual ao falecido Abarth 131 Rally e por isso o nome Compressore volumétrico, mas a Abarth ainda preparava esse modelo no caso desse 131.
O Compressore volumétrico chegava ao mercado com motor 2.nada DOHC compressor volumétrico e 140CV.
Em outubro de 1981 na linha 1982 nada muda, em outubro de 1982 na linha 1983 o compressore volumétrico dava o seu adeus e em outubro de 1983 o sedã dá o seu adeus é substituído pelo
Pelo Regatta que deu origem ao Tempra nacional e a perua seguiu mais um ano, até a chegada da Regatta Weekend e com isso o adeus do motor dianteiro e tração traseira na Fiat.
O FIAT 131 CHEGAVA AOS ESTADOS UNIDOS importado da Itália, chegava em três opções de carroceria: sedã de duas ou quatro portas, ou perua de quatro portas, o sedã de duas portas era chamado de cupê e a perua de Wagon, duas opções de câmbio: manual de cinco marchas ou automático de três marchas, só que esse automático era feito pela GM e única opção de motor o Fiat SOHC 1.8, o seu diâmetro é de 84mm e o curso é de 79.2mm o que totalizavam 1756cm3, com carburador de corpo simples, a sua taxa de compressão é de 8:1 e com isso gerava 12.4KGFMa2800RPM e 87CVa6200RPM e a suspensão e freios são os mesmos do modelo Italiano, afinal era fabricado por lá.
O Fiat 131 chegava ao mercado americano com motor 1.8 de 87CV.

O sedã de quatro portas com o mesmo motor.

A Perua de quatro portas e o mesmo motor.
Em outubro de 1976 na linha 1977 nada muda, em outubro de 1977 na linha 1978 nada muda.
A CHEGADA DO FIAT BRAVA AO MERCADO AMERICANO se dá em outubro de 1979 na linha 1980, não é o Hacht Brava que foi vendido aqui e sim uma mudança de nome: o 131 passava se chamar Brava, se você analisar no México o Gol foi chamado de Pointer até 2008 quando passou ao nome original, como sempre duas opções de câmbio: manual de cinco marchas ou automático de três marchas, duas opções de motores, o motor 1.8 dava adeus e agora era o Fiat DOHC 2.nada, o mesmo usado na Itália, mas com carburador de corpo simples, ele gerava 14.4KGFMa3000RPM e 87CVa5100RPM e uma versão destinada para a Califórnia para gerar 13.9KGFMa3000RPM e 81CVa5100RPM dá para ver que esse motor sofreu um estrangulamento na versão normal e na versão "Califórnia" por assim dizer. suspensão, freios e direção não mudavam.
O Brava chegava ao mercado americano com motor 2.nada de 81CV ou 87CV.

O Sedã de quatro portas com o mesmo motor.

A Wagon com o mesmo motor.
Em outubro de 1980 na linha 1981 nada muda, em outubro de 1981 na linha 1982 ele dava o seu adeus dos Estados Unidos.
PARA QUEM NÃO SABE A ESPANHOLA SEAT TINHA UM PASSADO FIAT ANTES DE ser Volkswagen, e em outubro de 1975 na linha 1976 chegava o Seat 131, de início apenas a opção de carroceria sedã de quatro portas, três opções de câmbio: manual de quatro ou cinco marchas e automático de três marchas e duas opções de motores, só que ambas desenvolvidas pela Seat , a primeira opção era o 1400, o seu diâmetro é de 80mm e o curso é de 71.5mm o que totalizavam 1438cm3, a sua taxa de compressão é de 9:1 e com carburador de corpo simples, ele gerava 75CVa5400RPM e pena não ter torque e a segunda opção era o 1.6 dessa mesma família, o seu diâmetro é de 80mm e o curso é de 79.2mm o que totalizavam 1592cm3, a sua taxa de compressão é de 9:1 e com isso gerava 95CVa6000RPM e o motor tem bloco de ferro, cabeçote de alumínio e comando de válvulas simples no cabeçote acionado por correia dentada e no modelo 1.6 é duplo comando de válvulas no cabeçote acionado por correia dentada, ainda que mantenha as 8 válvulas . Suspensão, freios e direção seguem o modelo italiano.
O Seat 131 chegava ao mercado italiano de início com o 1.4 de 75CV e o 1.6 de 95CV, mais tarde o 1.8 com 107CV e o 2.nada com 114CV e os diesel 2.nada de 60CV e 2.5 diesel de 72CV.
Em outubro de 1976 na linha 1977 chegava a perua chamada de Familiar e os mesmos motores disponíveis para o sedã, estavam disponíveis para a perua.
A Perua 131 chegava ao mercado chamada de Familiar.
Em outubro de 1977 na linha 1977 o 1.6 dava lugar ao 1.8 também de duplo comando de válvulas no cabeçote, o seu diâmetro crescia para 84mm e o curso era mantido o que totalizavam 1756cm3, a sua taxa de compressão é de 8,9:1 e com carburador de corpo simples gerava 107CVa6000RPM, mas infelizmente não tenho dados de torque, em outubro de 1978 na linha 1979 ele ganhava a opção do 2.nada á diesel que gerava 11.5KGFMa2500RPM e 60CVa4400RPM é o mesmo motor dos Italianos o Iveco-Sofim, em outubro de 1980 na linha 1981 chegava o 2.nada á gasolina, o diâmetro do 1.8 era mantido e o curso passava a 88.6mm o que totalizavam 1919cm3, a sua taxa de compressão é de 9,4:1 e com carburador simples ele gerava 114CVa5800RPM e não temos dados de torque e vinha no lugar do 1.8. Em outubro de 1981 na linha 1982 chegava o 2.5 á diesel que era os mesmos dos Italianos que gerava 15KGFMa2400RPM e 72CVa4200RPM, em outubro de 1982 na linha 1983 nada muda e seguiu sem alterações até outubro de 1985 na linha 1986 quando deu lugar ao Malága que era derivado do Fiat Regatta.
 
 
O Fiat 131 foi o último Fiat médio de motor dianteiro e tração traseira, inclusive usava um motor que chegou a ser usado no Tempra quase 20 anos depois e depois passou a ser produzido na Espanha com o nome de Seat 131 e com motores próprios com exceção do diesel.



 


 

 

 

 

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