Fiat 70/80/130/140/120 : Um dos últimos "Fenemê".

UM DOS ÚLTIMOS "FENEMÊ" DEU ORIGEM A UM LEVE 

Já em 1973 quando a Fiat decidiu construir a fábrica de Betim-MG a empresa logo comprou 43% das ações da Alfa Romeo brasileira e aí já começaram os planos de novos caminhões e além de se manter nos segmentos onde os "Fenemê" já estava, a marca decidiu ir mais além.

   Em outubro de 1977 na linha 1978 é apresentado os novos caminhões agora chamados de "Fiat Diesel" eram os modelos 70, 130 e 140, o primeiro era o primeiro "Fenemê" leve, o segundo e o terceiro eram modelos abaixo do antigo FNM 180 rebatizado de Fiat 180.

O MODELO 70: Como já disse era o primeiro "Fenemê" leve, o câmbio era manual de cinco marchas, o motor era o Fiat OM 35.200 de 4.9 litros e quatro cilindros em linha com bloco e cabeçote de ferro, comando de válvulas no bloco acionado por varetas, não temos diâmetro x curso dele, mas ele gerava 31KGFM a 1400RPM e 90CV a 2400RPM, a sua suspensão era eixo rígido com feixe de molas nos dois eixos, o tanque de combustível era de 82 litros e a direção era setor e rosca-sem-fim.

O 70 chegava ao mercado com motor quatro cilindros 4.9 á diesel de 90CV.

OS MODELOS 130 E 140:  Atuando logo abaixo do 180 estreavam os modelos 130 e 140, no caso do 130 ele vinha com câmbio manual de cinco marchas, o motor era o seis cilindros Fiat 8360 de 8.1 litros com bloco e cabeçote de ferro, comando de válvulas no bloco acionado por varetas, o seu diâmetro era de 115mm e o curso de 130mm o que totalizavam 8102cm3, a sua taxa de compressão é de 17,4:1 e com isso gerava 41KGFM a 1400RPM e 130CV a 2400RPM, lógico que suspensão, freios e direção seguiam a receita do leve 70, mas ampliados para o maior tamanho do caminhão e capacidade de carga e por último o 140 que vinha com terceiro eixo de fábrica e motor Fiat 8360 de 8.1 litros calibrado para mais potência passou a gerar 48KGFM a 1400RPM e 150CV a 2400RPM.

O 130 que vinha com seis cilindros 8.1 á diesel de 130CV.

O 140 com terceiro eixo de fábrica e motor mais potente:150CV no mesmo 8.1 seis cilindros á diesel.

Além de dar origem ao primeiro "Fenemê" leve, ele tinha estampado na grade dianteira o logotipo da Iveco abaixo da Fiat, embora nas propagandas eram "Fiat Diesel", a Iveco surgiu na Europa em 1975 da união entre Fiat Caminhões de Itália, OM Italiana(aliás o motor deles é dessa origem), Unic francesa, Lancia e a Magirus Alemã, mais tarde ela compra a Pegaso Espanhola e a Ford caminhões inglesa, mas isso é meio que outra conversa. Outra curiosidade é o primeiro "Fenemê" e ter rodas disco e não raiadas como eram os modelos antigos(embora 180,190 e 190 H o mantivessem esse esquema) de fato ele foi um pioneiro.

Em outubro de 1978 na linha 1979 nada muda nos caminhões só que as vendas não decolam no mercado brasileiro.

A CHEGADA DO 80 E 120: Em outubro de 1979 na linha 1980 mais novidades , o 70 dava lugar ao 80, o motor Fiat OM 35.200 é substituído pelo Fiat 8340 era basicamente a versão quatro cilindros do 8360, o diâmetro x curso se repetia, assim como a taxa de compressão a a cilindrada total era de 5401cm3 e com isso gerava 35.5KGFM a 1400RPM e 100CV a 2400RPM era o caminhão leve á diesel  mais potente do país a seu tempo, mas isso não foi suficiente para encarar de frente os bem sucedidos Mercedes-Benz 608 D e Ford F4000( o Dodge D400 estava ainda, mas seria trocado pelo Volkswagen 6-80). e a segunda novidade era o 120 que a versão com terceiro eixo do 130 e inclusive tinha o mesmo motor do 130.

O Fiat 80 com motor 5.4 á diesel de 100CV,.

O 120 com o mesmo motor do 130 era versão com terceiro eixo dele.

Em outubro de 1980 na linha 1981 nada muda, em outubro de 1981 na linha 1982 como tentativa de salvar a Fiat Diesel a Iveco assume a administração, mas infelizmente a situação complicada da empresa do mercado na época faz marca dar o seu adeus três anos depois era o fim dos "Fenemê" inclusive os motores eram fabricados na fábrica de Xerém-RJ(na época que foi inaugurada era distrito de Duque de Caxias-RJ) e depois 36 anos fabricando caminhões a fábrica dá adeus(lembre-se começou com Isotta Fraschini em 1949). A Iveco só voltaria ao Brasil em 1997 importando a Daily e em 1998 a importação de EuroCargo e EuroTech e a nova fábrica de Sete Lagoas-MG começou a fabricar a Daily no final de 2000 dá para dizer que os atuais Daily, Vertis e a versão de entrada do Tector são netos desses "Fenemês".

A Fiat pagou o preço pela "afobação" nos caminhões, entrou em segmentos onde Mercedes e Ford estavam se dando muito bem, acho que teria mercado para ela, apesar do pioneirismo destes "Fenemês" as vendas nunca foram bem para esses caminhões da Fiat, hoje muitos deles estão sobrevivendo com motores Mercedes-Benz,