VOLVO VM: O VOLVO COM CORAÇÃO "ESTRANGEIRO"

O VM INAUGUROU OS MÉDIOS PARA VOLVO E A UTILIZAÇÃO DE UM MOTOR "NÃO-VOLVO" PELA MARCA NO PAÍS.

A Volvo em 2001 começou o projeto de um caminhão médio no Brasil e lógico vendo que seria complicado usar motor importado da Matriz, já que aqui no Brasil apenas se fabricava o motor de 12 litros usado nos NH/FH inviável nos médios. Licitações começaram com Cummins, MWM e International(no época não eram a mesma empresa), só que a exigência eram altas: o motor não poderia exigir mudanças na travessa interna e nada, teria que caber e pronto. O modelo era derivado do Renault Midlum francês(lembre-se a Renault Trucks pertence a Volvo) que deu origem aos Suecos FE e FL.

  Só que no caso brasileiro foi mais além, exigiu a troca de motor, câmbio etc. Caminhões Volvo usarem motores de terceiros não é novidade, vide nos EUA onde os VNL/VNR podem vir equipados com motor Cummins, mas para o mercado brasileiro era assim uma novidade. Lógico o fornecedor escolhido foi a MWM que até hoje fornece motor para o VM como você vai ver aqui.

A CHEGADA AO MERCADO se dá em outubro de 2003 na Fenatran daquele ano, ele chegava nos modelos 17-210 4x2, 17-240 4x2 e 23-240 6x2, o câmbio era manual de seis marchas, já o motor escolhido era o MWM Série 10 usados nos Volkswagen da época se tratava de um seis cilindros em linha de 6.4 litros, o seu diâmetro era de 103mm e o  curso de 129mm o que totalizavam 6450cm3, a sua taxa de compressão era de 17,8:1 tinha turbo, intercooler e bomba injetora mecânica por atuação direta, só que nos Volvo ele tinha calibração mais potente que usado nos Volkswagen, a primeira configuração gerava 67KGFM a 1600RPM e 206CV a 2800RPM que era para o modelos 210 e para o modelo 240 vinha a calibração que gerava 86.1KGFM a 1600RPM e 240CV a 1800RPM e infelizmente essa versão de 240CV foi muito criticada. A sua suspensão é dependente por eixo rígido com feixe de molas nos dois eixos e os freios a tambor. o Tanque de combustível era de 280 litros. O câmbio era manual de seis marchas.

O VM 17-210 com motor seis cilindros MWM de 6.4 litros com 206CV e também havia o 17-240

O VM 23-240 com mesmo motor calibrado para 240CV usado no 17-240.

Em outubro de 2004 na linha 2005 nada muda.

O FACELIFT, AMPLIAÇÃO DA FAMÍLIA E MUDANÇAS MECÂNICAS na linha 2006 ele traz mudanças importantes, a primeira era o facelit com grade dianteira, faróis e para-choques novos inspirados no FH da época, a estreia dos modelos 6x4 que tem o visual do pré-facelift já que é focado no off-road e a estreia do cavalo-mecânico 4x2, o VM deixava de lado o "17-210" para ser apenas 210, 260 e 310, sendo nas configurações: 210 4x2, 210 6x2, 210 6x4, 260 4x2, 260 6x2, 260 6x4, 310 4x2 cavalo-mecânico e 310 6x4. Já nos motores o MWM Série 10 dá lugar ao MWM Acteon com bloco e cabeçote de ferro, comando de válvulas simples no cabeçote acionado por corrente metálica, turbo, intercooler e injeção common-rail, no caso dos modelos 210 ele  agora estreava o quatro cilindros, o seu diâmetro era de 105mm e o curso era de 137mm o que totalizavam 4748cm3, a sua taxa de compressão era de 16,8:1 e com isso gerava 71KGFM a 1300RPM e vai até 2000RPM e 206CV a 2200RPM era o mesmo motor usado no Constellation 13-180 com mais potência,  já o câmbio era manual de seis marchas. Já os modelos 260 tinha a versão seis cilindros desse motor que tinha 7.1 litros, totalizando 7118cm3 e com isso gerava 92KGFM a 1300RPM e vai até 1900RPM e 260CV a 2200RPM, esse podia vir com câmbio manual de seis marchas ou manual de 10 marchas como opção para os modelo 6x4. O tanque podia vir com 280 litros ou 200 litros extras que davam 480 litros para o modelo 4x4. E para o 310 tinha uma calibração mais forte desse motor 7.1 que gerava 112KGFM a 1200RPM e vai até 1600RPM e 310CV a 2200RPM, sendo que o câmbio era manual de 14 marchas, já o tanque era de 480 litros de série para o cavalo-mecânico, já o 6x4 seguia os outros 6x4 de potência menor. Freios e suspensão não tiveram alterações. Já o cavalo-mecânico 310 4x3 tinha câmbio de 14 marchas.

O VM chegava reestilizado ao mercado para os modelos 210 o motor era o quatro cilindros 4.8 de 206CV e para o 260 o motor era o seis cilindros 7.1 com 260CV.

O VM 310 marca a estreia do cavalo-mecânico na linha VM e o motor seis cilindros 7.1 foi calibrado para 310CV.

O VM 6x4 que herdava o visual do pré-facelift e os motores eram quatro cilindros 4.8 e o seis cilindros 7.1 com as duas calibrações: 260 e 310CV.

Em outubro de 2006 na linha 2007 nada muda, em outubro de 2007 na linha 2008 nada muda, em outubro de 2008 na linha 2009 nada muda, em outubro de 2009 na linha 2010 sem alterações. Em Outubro de 2010 na linha 2011 nada muda.

A CHEGADA DE MUDANÇAS MECÂNICAS se dá na Fenatran de 2011 por conta da nova legislação anti-poluente que vigoraria em 2012, o motor quatro cilindros 4.8 dá adeus, e uma versão "estrangulada" do 7.2 entra no lugar, é o programa "MWM seis cilindros para todos" no caso do Volvo VM, caso agora o 210 virava 220, o 260 virava 270 e o 310 virava 330, com as alterações o seis cilindros 7.2 de entrada gerava 75KGFM a 1600RPM e 213CV a 2200RPM esse era o motor para os modelos 220, o seis cilindros da intermediária gerava 97KGFM a 1200RPM e vai até 1600RPM e 220CV a 2200RPM e por último exclusivo do modelo cavalo-mecânico 4x2 e do 6x4 era a calibração mais forte com 133KGFM a 1200RPM e vai até 1600RPM e 330CV a 2200RPM.

Na linha 2012 o motor quatro cilindros 4.8 dá lugar ao 7.2 seis cilindros "estrangulado" com 213CV, a versão de 260CV virava 270CV e para o 310 ele virava 330CV.

Em outubro de 2012 na linha 2013 nada muda.

A CHEGADA DO FACELIFT foi em outubro de 2013 como linha 2014 , inspirada no visual dos FH na mesma época lançado na Europa que chegaria dois anos depois ao Brasil, nos motores nenhuma alteração, mas nas configurações das versões sim: o 4x2 rígido ganhava a opção do motor de 330CV, estreava o 8x2  e o 8x4 chassi-rígido, e as versões com o motor de 330CV agora podiam contar com câmbio manual-automatizado i-Shit de 12 marchas, com exceção  óbvia do 6x4 que era 10 marchas manual, mas tinha o i-Shift como opção.

O VM é reestilizado  já o motor se manteve o seis cilindros 7.2 Turbo Diesel com 213CV, 270CV e estreou o de 330CV 

O VM 6x4 com os mesmos motores.

O VM 6x4 com os mesmo motores.

O VM 8x4 com os motores de 270CV e 330CV.,

O VM 8x2 com os mesmos motores do 8x4 

O cavalo-mecânico VM 330 com seus 330CV.

Em  outubro de 2014 na linha 2015 nada muda. Em outubro de 2015 na linha 2016 nada muda. Em outubro de 2016 na linha 2017 nada muda. Em outubro de 2017 na linha 2018 chegava a VM 32 toneladas com 330CV voltada para o serviço pesado e 6x4. De qualquer forma a linha VM segue na atualidade sem mudanças e mantendo uma tradição: sendo o único Volvo brasileiro  a não ter motor Volvo.

 O VM colocou a Volvo nos caminhões médios, lógico que os motores europeus seriam inviáveis, a solução foi ir atrás de um fornecedor local e foi atendido com a MWM, e como curiosidade: Só ele o Agrale são caminhões que utilizam motores de projeto MWM, já que a MWM fabrica para a Volkswagen/Man os motores de projeto MAN. Acabou sendo uma arma de batalha com a versão 310 e posteriormente 330, afinal o sucesso do 18-310 da Volkswagen, a Volvo teve que se mexer. Ele é o único Volvo com coração "estrangeiro", não falo da nacionalidade do motor, que é brasileira e sim do projeto do motor que não é Volvo, embora ele cumpriu as exigências da marca, seja o atual Acteon e seja o antigo Série 10.




Comentários

  1. Bom dia queria saber mais sobre o Vm 240 o que tem de bom e ruim obrigado

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    1. Olha é difícil, os caminhoneiros que trabalham com ele, devem saber melhor, mas acredito que por compartilhar motor com os Volkswagen 260, peça de motor eu acredito que seja tranquilo, já outras coisas eu não sei.

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    2. Opa, desculpe o 240 compartilha motor com os Volkswagen 180-240 da época.

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  2. Quisiera saber más sobre el Volvo vm 17 210 cv aaño 2005

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    1. Ele é bem raro, mas enfim o que sei é que tinha motor mecânico, o que eu sei está aí.

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  3. O VM E UM CAMINHÃO RENALT ? OU ISSO É UM MITO

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    1. Vamos lá, a Renault Trucks foi vendida pelo Grupo Renault(proprietária das marcas Renault, Dacia e tem 75% da Lada, atualmente) ao grupo Volvo que é dona das marcas de caminhões Volvo e Mack. (a Volvo carros agora é independente, primeiro vendida a Ford e depois a Geely. Sim o VM compartilha o mesmo projeto de cabine do Renault Midlum francês e do Sueco FL, só que a diferença é que o VM passou a usar o MWM, ao contrário dos irmãos de projeto que usam motor Volvo. então logo é verdade, mas o projeto também está na matriz sueca.

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