POST 5200: MOTOR V8 318 LA/ 5.2 MAGNUM: O ÚLTIMO V8 NORTE-AMERICANO EM AÇÃO FABRICADO NO BRASIL

POST 5200:O V8 318 MOVEU DE CARROS DE PASSEIO ATÉ CAMINHÕES E INCLUSIVE TEVE VERSÃO MODERNIZADA 

(POST COMEMORATIVO) 

É o V8 norte-americano fabricado no Brasil em ação mais uma vez. No caso como o post é 5200 a homenagem a esse motor é esperada também. Afinal até hoje é o maior motor de litragem fabricado no Brasil e a equipar um carro nacional é claro, (tirando é claro o V8 7.8 Turbo Diesel usado na F250 exportada para a Austrália e os motores de caminhões) e em tempos de Downsizing, a chance de perder esse título é zero, mas afinal ele já equipou vários modelos decorrer da vida, acabou encerrado pela Volkswagen do Brasil, mas acabou voltando pelas mãos da Chyrsler brasileira, antes vamos aos dados técnicos.

CILINDRADA:5212cm3
DIÂMETRO X CURSO: 99.3 mm x 84.8 mm
TAXA DE COMPRESSÃO: 6,8:1 (8,4:1 Charger R/T)
POTÊNCIA:198CV a 4400RPM(Dart, D100 e caminhões)/ 205CV a 4000RPM(Charger LS), 215CV a 4000RPM(Charger R/T até 1976) e 206CV a 4000RPM(Charger de 1977 até 1979)
TORQUE:41.5KGFM a 2500RPM(Dart, D100, caminhões)/ 42.5KGFM a 2600RPM(Charger LS), 44.9KGFM a 2600RPM (Charger R/T até 1976) e  41.5KGFM a 2500RPM (Charger de 1977 até 1979)

VERSÃO Á ÁLCOOL

TAXA DE COMPRESSÃO: 10,5:1
INJEÇÃO MECÂNICA
POTÊNCIA: 156CV a 4000RPM
TORQUE: 36KGFM a 2400RPM  (36.5KGFM nos  Caminhões VW de final 160 equipados com esse motor).

  MAGNUM 5.2 DE INJEÇÃO ELETRÔNICA
TAXA DE COMPRESSÃO: 9,1:1
POTÊNCIA:212CV a 4400RPM(JEEP GRAND CHEROKEE)/ 232CV a 4400RPM(Dakota R/T)
TORQUE:39.6KGFM a 2950RPM (JEEP GRAND CHEROKEE/ 41.6KGFM a 3200RPM(Dakota R/T) 


OBS: os motores antigo á gasolina a potência é bruta, nos á álcool é líquida e nos Magnum é líquida também.


A concepção do motor é bloco e cabeçote de ferro, comando de válvulas no bloco acionado por varetas e no caso dos Magnum veio cabeçote de fluxo cruzado, injeção eletrônica, o Magnum é uma versão reprojetada dele, que só compartilha as bielas, o resto foi modificado, então vamos aos carros, caminhões e picapes movido por esse motor, sim antes uma observação: eu sei que os Dodge V8 nacionais são essencialmente o mesmo carro com modificações, mas nesse artigo vão separados.

                                                    DODGE DART
                                   

O Dart chegava ao mercado em outubro de 1969 na linha 1970 com carroceria quatro portas,câmbio manual de três marchas com alavanca na coluna e o motor V8 318 5.2 litros da família LA que havia estreado seis meses antes na D100 e nos caminhões D400 e D700 que gerava 41.5KGFM a 2400RPM e 198CV a 4400RPM, curiosamente ainda é o maior motor fabricado no Brasil, já que a Chrysler havia comprado as instalações da International Havester, os freios eram a tambor nas quatro rodas e a suspensão na dianteira era Independente tipo braços duplos  triangulares, mas no lugar de molas  tinha uma barra de torção e na traseira eixo-rígido com feixe de molas, é o famoso "esquema Chrsyler" da época. Em setembro de 1970 na linha 1971 ele ganhava a carroceria cupê de duas portas, aliás muito bonita na minha opinião,  lógico que desempenho era ótimo, mas os freios..., enfim seguiu sem mudanças até Maio de 1971 quando ganhou a opção do câmbio automático de três marchas, Em março de  1972 quando ganhou a versão SE mais barata, depenada e mantendo o V8 318 5.2, em outubro de 1973 a crise do Petróleo chega e atinge em cheio a Chrysler brasileira(e até mundial) e acabou seguindo sem alterações até Junho de 1981 quando deu adeus.

                                                              DODGE CHARGER
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A primeira derivação do Dart surgia em outubro de 1970 era o Charger, que tinha grade nos faróis e outras alterações visuais, além disso ele vinha em duas versões: LS e R/T e alterações mecânicas, o motor V8 318 5.2 na versão LS passa a gerar 42KGFM a 2600RPM e 205CV a 4000RPM e o câmbio era sempre o manual de três marchas com alavanca na coluna e o R/T tinha taxa de compressão de 8,4:1 e com isso gerava 44.9KGFM a 2600RPM e 215CV a 4000RPM e a reboque trazia câmbio manual de quatro marchas no assoalho e freios á discos sólidos na dianteira, em outubro de 1971 na linha 1972 o câmbio automático de três marchas chegava ao Charger R/T, em outubro de 1973 na linha 1974 chegava o Grand Coupé que era um Charger com motor do Dart normal(198CV) e aí seguiu sem mudanças até outubro de 1976 diante da escassez de gasolina azul(afinal foram convertidos para álcool) o Charger R/T tem a taxa de compressão baixada para 7.5:1 e com isso passa gerar 41.5KGFM a 2500RPM e 206CV a 4000RPM, os LS mantém as configurações, em outubro de 1977 na linha 1978 o Grand Coupé dá lugar ao Magnum e em outubro de 1979 o Charger ganhava a dianteira do Magnum e persianas no lugar do vidro traseiro lateral era o canto do  cisne, manteve a mesma potência e opção de câmbio mas ficou sem personalidade.
                                                   
                                               
Dianteira do Magnum e persiana nos vidros traseiros e o motor agora gerava 206CV

 Na mesma época a Chrysler brasileira passava as mãos da Volkswagen e com ela fábrica da Chrysler em São Bernardo do Campo-SP, vale lembrar que a Chrysler vendeu todas suas filiais na época: a Chrysler européia foi parar na mão da Peugeot, a Chrysler argentina e brasileira nas mãos da Volkswagen e a Chrysler australiana nas mãos da Mitsubishi e em outubro de 1979 na linha 1980 ele dá o seu adeus, afinal seu rival Maverick GT V8 dá adeus, o Opala SS-6 250-S passa pelo facelift do Opala , mas foi apenas seis meses.

                                                               GRAND SEDAN 

                                        

O Grand Sedan era o Dart com a dianteira do Charger, como você pode ver na foto, ele tinha câmbio manual ou automático de três marchas e o motor era o mesmo do Dart normal com 198CV e foi lançado em outubro de 1973 na linha 1974 e ficou no mercado sem alterações até outubro de 1977 quando deu lugar ao Le Baron.

                                                         LE BARON
                                               

Em outubro de 1977 na linha 1978 chegava o Le Baron com nova grade dianteira, novas lanternas traseiras, o motor V8 318 5.2 litros era o mesmo do Charger da época com 206CV, mas o câmbio era o manual ou automático de três marchas ele seguiu sem alterações no mercado até o seu fim em Junho de 1981 quando ele dá o seu adeus.

                                                          MAGNUM
                                             

O cupê Magnum chegava em outubro 1977 na linha 1978, o motor era o mesmo V8 318 5.2 litros usado no Charger e Magnum com 206CV, já o câmbio era manual ou automático de três marchas e ele ficou sem alterações até o final da sua carreira em Julho de 1981 quando já sob o comando da Volkswagen brasileira ele deu adeus.


                                                    DODGE   D100
                                              

Se você acha que a única picape Chrysler com motor V8 fabricada no Brasil foi a Dakota enganou-se(eu também achei, não condeno você, afinal até 2004 quando soube da existência dela), de fato dizem que ela só tem 100 unidades vivas até hoje, o que é difícil, depois de "recauchutar" o Simca Chambord na pela Chrysler Esplanada e GTX, em Março de 1969 ela lança o seu primeiro produto Dodge: era a picape D 100, o câmbio era manual de três marchas e o motor V8 318 5.2 litros com a calibração que estaria seis meses depois no Dart com 198CV. Só que a suspensão era eixo rígido com feixe de molas nos dois eixos e freios á tambor e mais 700KG de carga na caçamba era a receita para o acidente, mas ela apesar do alto desempenho nunca teve vendas boas e mesmo bem antes da venda da Chrysler brasileira ser vendida para a Volkswagen em outubro de 1975 dá o seu adeus e lógico ela ficou sem alterações no mercado.

                                                   DODGE D 400
                                            

 Depois de lançar a picape D100 e o caminhão D700 (depois eu vou falar sobre ele), chegava o caminhão leve D400 em Agosto de 1969 como linha 1970, o motor V8 318 5.2 litros era mesma calibração que chegaria um mês depois ao Dart(198CV) e o câmbio era manual de quatro marchas, ele seguiu sem alterações, em outubro de 1979 a Volkswagen assume a filial brasileira da Chrysler e em Janeiro de 1981 o D400 perde a opção do motor V8, mas segue no motor diesel até outubro de 1982 quando dá lugar ao Volkswagen 6-80 e aí é outra conversa.

                                                          DODGE D700/900/950/E11/E13/E21 6X4
                                                   

   Em maio de 1969 dois meses depois da D100 chegava o caminhão da Dodge era o D700 que tinha o mesmo motor V8 318 5.2 litros usado no Dart e que seria usado no D400 com a calibração de 198CV e o câmbio era manual de quatro marchas, Em março de 1970 chegava a versão 6x2 que é rara, em outubro de 1970 na linha 1971 chegava o D900 com rodas raiadas, câmbio manual de cinco marchas e o mesmo motor V8 318 5.2 litros(lógico deve a opção á diesel, mas ela não entra nessa matéria),  em outubro de 1975 na linha 1976 o D900 é substituído pelo D950 e mantém o mesmo motor V8 318 5.2 litros de 198CV.

                                                    
O D950 chegava ao mercado e tinha o motor V8 318 5.2 de 198CV

  Em seguiu sem alterações até outubro de 1979 quando a Volkswagen assumiu o controle da Chrysler brasileira e durante a administração Volkswagen em Janeiro de 1981 chegava os modelos E11 e E13 que estreavam o motor V8 318 de 5.2 litros movido á álcool só que a potência agora era revelada em valores líquidos: 36KGFM a 2400RPM e 156CV a 4000RPM o carburador de corpo duplo dá lugar a injeção direta mecânica e o câmbio era manual de cinco marchas, vale lembrar que os carros de passeio acima e os caminhões tinham a potência em valores brutos, o que daria 140CV para o Charger R/T e menos para os demais. e como aconteceu com o D400 que ficou no diesel, a mesma coisa aconteceu com o D700 e o D950, mas esses óbvio tiveram os irmãos a álcool já citados.

                                                          
O Dodge E11 chegava ao mercado com motor V8 318 5.2 litros movido á álcool e 156CV só que agora líquidos como é hoje.


 Em outubro de 1981 na linha 1982 chegava o E21 que foi o primeiro e único 6x4 da hoje, com rodas raiada, câmbio manual de seis marchas é claro tração integral, destinado ao setor sucroalcooleiro e o motor era claro V8 318 5.2 litros movido á álcool já citado no E11 

                                                          
O E21 6x4 chegava ao mercado com o mesmo motor V8 318 5.2 litros do E11

  Em outubro de 1985 na linha 1986 a Volkswagen enterra a linha de caminhões Dodge, mas sua base serviria para seus primeiros caminhões e a própria fábrica de São Bernardo Campo-SP continuou fazendo caminhões e no tempo da Autolatina foi fechada e os caminhões passaram a ser feitos na então fábrica da Ford no bairro Ipiranga, na capital Paulista e em 1996 com o fim da Autolatina vem a fábrica de caminhões de Resende-RJ.



                                                      CAMINHÕES VOLKSWAGEN
                                                

Os antigos caminhões Volkswagen(que foram produzidos até 2018 sobre o nome Worker e no caso dos leves Delivery até 2017, esse último ganhou uma nova geração) herdavam o chassi dos Dodge, em outubro de 1985 na linha 1986 com os fim dos caminhões Dodge a Volkswagen aproveitou para lançar os modelos 11-160 e 22-160 esse último 6x4, o motor era o mesmo V8 318 de 5.2 litros movido á álcool só que agora gerava 36.5KGFM a 2400RPM e 158CV a 4000RPM, no caso o câmbio manual de cinco marchas vinha dos Dodge aposentados, em outubro de 1986 na linha 1987 chegava o 12-160 que entrava no lugar do 11-160 e mantinha o V8 318 5.2 litros do 11-160 e do 22-160 6x4.

                                                         
O 12-160 com motor V8 318 5.2 litros á álcool com 158CV 

  Em outubro de 1987 a Volkswagen deixa de produzir o lendário motor V8 Chrsyler e deixa de produzir os caminhões equipados com esse motor no caso o 12-160 e o 22-160, a Volkswagen só voltaria a ter um 6x4 na década de 1990 já com motor á diesel, já o 12-160 sempre viveu a sombra do 12-140 seu irmão á diesel, mas apesar do fim da produção nacional desse motor, não era o fim desse motor no mercado brasileiro e também não era o fim do motor V8 em caminhões, afinal a Scania seguia com os V8 Turbo Diesel até 1996 e voltaria em 2001 até hoje, mas entre os motores á álcool e a gasolina para caminhões era o fim.



                                                      JEEP GRAND CHEROKEE

                                                 

Em 1990 o mercado reabria as importações(proibidas desde 1976), nos anos 1990 a marca Jeep voltava ao mercado e com ela a Grand Cherokee, em outubro de 1998 na linha 1999 ela passava ser feita na Argentina, além da seis cilindros chamada de Laredo, ela tinha a Limited que tinha câmbio automático de quatro marchas e estreava o Magnum/LA 318 V8 5.2 era basicamente um reprojetamento do velho LA, que só sobrou as bielas, foi trocado cabeçote(que passou a ser fluxo cruzado), comando de válvulas, coletores, pistões e o bloco, embora foi mantido de ferro, assim com os cabeçotes e o comando de válvulas no bloco acionado por varetas e com isso gerava 39.6KGFM a 2950RPM e 212CV a 4400RPM só que agora evidente em valores líquidos, o motor vinha dos EUA e aliás uma curiosidade a Chrysler argentina em sua primeira fase para usar no GTX importou o V8 318 5.2 do México e não do Brasil por curiosidade, mas enfim quase 30 anos se passam e os argentinos voltam a ter um V8 de fabricação local e desta vez um SUV e agora com venda para o Brasil sem impostos fica bom para a Chrysler, em março de 2000 a nova geração passa a ser fabricada na Argentina e com isso o V8 318 Magnum LA 5.2 dá lugar ao V8 4.7 de comando de válvulas no cabeçote, mas não era o fim do motor V8 Magnum 5.2/318 e a própria Grand Cherokee deixa de ser fabricada na Argentina em 2001, nessa época só com o seis cilindros 4 litros e o V8 4.7 


                                                               DODGE DAKOTA 

                                                    

17 anos depois do fim do Ford Galaxie Landau, o V8 dá um suspiro em carros nacionais, ainda que numa picape, Em Janeiro de 2000 chegava a Dakota R/T com motor V8 Magnum 5.2/ 318 de mesma concepção já citada na Grand Cherokee, mas aqui o motor importado dos EUA rendia 41.6KGFM a 3200RPM e 232CV a 4400RPM , o câmbio era automático de quatro marchas e estava disponível nas cabines simples e estendida(Club Cab), a capacidade de carga foi reduzida para 800KG e a picape fabricada em Campo Largo-Paraná assumia o posto de picape nacional mais potente naquela época, em março de 2001 as atividades em Campo Largo-PR são suspensas, mas mesmo assim ela convidou jornalistas ao lançamento da Cabine Dupla( Quad Cab) só 1000 unidades foram produzidas e em Agosto de 2001 a Chrysler encerra as atividades da fábrica de Campo Largo-Paraná e aí vem o fim definitivo do Magnum/LA 318 5.2 e o fim definitivo dos V8 em carros de passeio e picapes de fabricação nacional e como curiosidade a Dakota brasileira nunca teve opção de tração integral.



   Esse V8 é lendário moveu carros, caminhões, picapes etc... na mais justo que o post 5200 ser dele, aliás os motores V8 LA/Magnum transcendem a configuração V8, o V6 da Dakota por exemplo é basicamente o V8 5.2 com dois cilindros a menos e o V10 do Viper embora com bloco e cabeçote de alumínio, é o V8 5.9 com dois cilindros a mais.(sim a homenagem é ao 5.2, mas fica registrada a menção honrosa ao 5.9). 



                                                 

                                   










                             

  

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