Dodge D400/D700/D950/D950/E11/E13/E21: A terceira força norte-americana

OS CAMINHÕES DODGE MARCARAM PRESENÇA NOS ANOS 1970, MAS ACABARAM VIRANDO VOLKSWAGEN.

A Chrysler chegou ao Brasil em 1967 com a compra da Simca e logo de cara trouxe os Chambord melhorados por ela que eram o Esplanada/Regente. Em outubro de 1968 lança o GTX e mostra a sua linha de caminhões e picapes. Aliás se perguntarem se conhecem o Ford F 600 e a F 100 muitos saberiam responder, assim como os Chevrolet D60 e a picape D10, mas se perguntarem pelo Dodge D700 a reposta seria afirmativa, mas a D100 provavelmente seria negativa. lembrando que a Chrysler hoje pertence a Fiat e nos EUA só produz os Ram 4500 e 5500(o 3500 pelo duplo rodado também dá para considerar caminhão), a GM faz a GMC Sierra 3500 e importa em CKD os caminhões Chevrolet "cara-chata" que são na verdade Isuzu e quando é motor á gasolina recebe o motor V8 á gasolina dos esportivos norte-americanos da marca. A Ford dá para dizer que a única nos EUA que faz além dos F-450, 550 ela faz os médios 650 e 750. No Brasil hoje só a Ford faz caminhões, a GM deixou de produzir em 2002.

A CHEGADA DO D700: Se dá em maio de 1969 e os alvos eram claros: Ford F600 e Chevrolet C64, o câmbio era manual de quatro marchas, o motor era o V8 318 de 5.2 litros da família LA conhecido aqui nos Dodge V8 nacionais com bloco e cabeçote  de ferro, comando de válvulas no bloco acionado por corrente metálica, carburador de corpo duplo, o seu diâmetro era de 99.3mm e o curso era de 84.1mm o que totalizavam 5212cm3, até hoje o maior motor feito no Brasil, dotado de carburador de corpo duplo ele gerava 42KGFM a 2400RPM e 198CV a 4200RPM se tornando o caminhão á gasolina mais potente do país. A sua suspensão era dependente tipo eixo rígido com feixe de molas nos dois eixos e os freios eram a tambor nas quatro rodas, direção do tipo rosca sem fim  e o tanque de combustível era de 104 litros.




O D700 chegava ao mercado com motor V8 318 de 5.2 litros á gasolina e 198CV, mais tarde recebia o Perkins seis cilindros em linha á diesel de 140CV.

A CHEGADA D 400 COMO PRIMEIRO ADVERSÁRIO DO FORD F 350: Se dá em agosto de 1969, o Ford F-350 ficou sem adversários durante 10 anos, agora tinha um rival direto e já lançado como linha 1970, o motor V8 318 de 5.2 litros nele era calibrado para 203CV fazendo ser o caminhão mais potente á gasolina o câmbio era manual de quatro marchas e o tanque de combustível era de 68 litros, suspensão, freios e direção herdavam o esquema do D700.


O Dodge D400 chegava ao mercado de início apenas o V8 5.2 litros á gasolina de 198CV e mais tarde o Perkins quatro cilindros á diesel de 90CV.

Em janeiro de 1970 a linha 1970 trazia como  novidade o motor á diesel para o   D 700, a GM demoraria 7 anos para ter o caminhão á diesel nacional e a Ford demoraria quatro anos e a Chrysler apenas 10 meses a opção á diesel, mas vale lembrar que o tempo que os caminhões Dodge o diesel começava a sua escalada no mercado brasileiro, o motor era o seis cilindros Perkins de 5.8 litros chamado de 6-357 com bloco e cabeçote de ferro, comando de válvulas no bloco, o seu diâmetro era de 104.1mm e o curso era de 114.3mm o que totalizavam 5841cm3, a sua taxa de compressão era de 18:1 e ele era dotado de bomba injetora e com isso gerava 40.3KGFM a 1350RPM e 140CV a 3000RPM. Em março de 1970 era lançado o D 700 6x2 á gasolina ou á diesel.

A CHEGADA DO D900: Em outubro de 1970 na linha 1971 chegava o D 900 com rodas raiadas, para-choques mais largos,câmbio manual de cinco marchas, direção hidráulica opcional, freios acionados á ar, os motores eram os mesmos 318 V8 5.2 á gasolina e o Perkins seis cilindros 5.8 á diesel e o tanque de combustível era de 150 litros que naquela momento podia ser opcional para o D700.


O D900 chegava ao mercado com rodas raiadas e os mesmos motores do D 700.

E era linha 1971, em outubro de 1971 na linha 1972 nada muda, em outubro de 1972 na linha 1973 também seguiram sem alterações, em outubro de 1973 na linha 1974 estoura a crise do petróleo. em outubro de 1974 na linha 1975 sem sem alterações, em outubro de 1975 na linha 1976 como resposta a crise do petróleo é o Dodge D 400 á diesel com seu motor Perkins 4236 de 3.9 litros, o seu diâmetro era de 98.4mm e o curso era de 127mm o que totalizavam 3860cm3, a sua taxa de compressão era de 16:1 e com bomba injetora de atuação direta ele gerava 30KGFM a 1500RPM e 90CV a 3000RPM, lembrando que os números são brutos aliás é o mesmo que mais tarde estaria no Volkswagen 6-80 e na mesma época esteve na Chevrolet D10 e o 900 era substituído pelo 950 e manteve as mesmas opções de motores.

O 950 tomava o lugar do 900 e os mesmos motores do antigo 900 e por sua vez vinha do 700.

Em outubro de 1976 na linha 1977 nada muda, em outubro de 1977 na linha 1978, em outubro de 1978 na linha 1979 sem alterações e marca passava ao controle da Volkswagen e com ela produção de caminhões, vale lembrar que a Chrysler comprou as antigas instalações da International-Havester para produzir caminhões. Em outubro de 1980 a Volkswagen assume o controle total de vez e era linha 1981 a potência agora era em valores líquidos e com isso gerava 32KGFM a 1350RPM e 114CV a 3000RPM.

O D700 já sob o comando da Volkswagen tinha potência líquida de 114CV.


DURANTE A ADMINISTRAÇÃO VOLKSWAGEN: Em janeiro de 1981 chegava os modelos E11 e E13 que estreavam o Chrysler 318 V8 da família LA de 5.2 litros convertido ao álcool, o carburador de corpo duplo dá lugar a injeção direta mecânica e a taxa de compressão passa a 10,5:1 e com isso passou a gerar 36KGFM a 2400RPM e 156CV a 4000RPM vale lembrar que agora os valores eram líquidos e o câmbio era manual de cinco marchas. Em fevereiro a empresa é renomeada Volkswagen caminhões, em março de 1981 com a chegada dos 11-130 e 13-130 da Volkswagen, o D 700 e o D 950 dão adeus, embora a base foi mantida nos caminhões Volkswagen, mas o motor MWM era novidade dos Volkswagen em relação aos Dodge. Na mesma época os V8 á gasolina dão adeus, inclusive o Dodge D400 perde a opção do V8 á gasolina e não ganha versão á álcool.

O E11 chegava ao mercado com motor V8 318 de 5.2 litros á álcool com 156CV.

O Curioso que se tornava o primeiro caminhão á álcool, lembrando que o 292 seis cilindros á álcool da Chevrolet vinha depois, sem contar algumas incursões de Volvo, Scania e Mercedes-Benz.

A CHEGADA DO 6X4: Se dá em outubro de 1981, era o modelo E-21 que tinha câmbio manual de seis marchas, rodas raiadas, o motor era o mesmo V8 318 de 5.2 litros convertido á álcool para o E13/E11, redução no diferencial, já o tanque vinha do antigo D 900 com seus 150 litros.

O E 21 6x4 foi o último caminhão Dodge e o motor era o V8 318 de 5.2 litros á álcool já citado no E11.

Em março de 1982 chegava o D14000TD que era a versão diesel do E21, o motor era o seis cilindros MWM 229-6, o seu diâmetro era de 102mm e o curso era de 120mm o que totalizavam 5883cm3, a sua taxa de compressão era de 16,6:1 com bloco e cabeçote de ferro, comando de válvulas no bloco acionado por varetas ele gerava 36.6KGFM a 1600RPM e 130CV a 3600RPM é o mesmo motor usado no 11-130 e 13-130. Em outubro de 1982 na linha 1983 era o D 400 que dava o seu adeus passando o bastão para o Volkswagen 6-80 e o seu próprio motor também. Em outubro de 1983 na linha 1984 nada muda, em outubro de 1984 na linha 1985 segue sem alterações. e o fim chega em outubro de 1985 com a chegada do 22-160 6x4 a Volkswagen enterra os caminhões Dodge no Brasil.


Os caminhões Dodge tiveram presença nas estradas brasileira dos anos 1970, inclusive a própria Dodge só ficou em segundo lugar no mercado atrás da Mercedes-Benz(lógico que bem de longe), teve motores V8 á gasolina, usou motores Perkins á diesel ou MWM(no caso o 6x4 á diesel já sob o comando da Volkswagen) e chegou a ter versão V8 á álcool nos últimos dias. Hoje ao menos o Delivery e o Worker são herdeiros diretos dele.








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