O MOTOR QUE FICOU CONHECIDO COMO "CANADENSE" TEVE ATÉ OPÇÃO Á ÁLCOOL
Chegamos a 5000 post, isso mesmo 5000 postagens e então é era de comemorar a aproveitar o trocadilho afinal o V8 302 5 litros da família Windsor foi o último motor V8 em carros de passeio nacionais, embora o motor em si fosse importado, depois eu explico.
A família Windsor foi bastante numerosa nos EUA, ela começou com o V8 221 3.6, teve o V8 260 4.3, teve o V8 289 4.7 que preparado por Caroll Shelby foi usado no Mustang Shelby GT350 e a versão com cabeçote de alumínio venceu Le Mans, o V8 302 de 5 litros(sim esse é o centro da nossa matéria), que teve várias aplicações, inclusive o 302 com o cabeçote do Cleveland usado no Mustang Boss, lógico que o 302 usado no Brasil era mais simples e foi usado até na Série F norte-americana e lógico mais tarde receberia injeção eletrônica nos anos 1980 e 1990 nos EUA, na Austrália chegou a ter uma variação 5.6 para o Falcon no início dos anos 2000 e o 351 Windsor 5.8 acabou sendo usado em vários modelos norte-americanos entre eles picapes e o Galaxie norte-americano, inclusive nas picapes recebeu injeção eletrônica e por último o 427(sim o 427) usado no Sallen S7, mas altamente modificado com bloco e cabeçote de alumínio, apenas no Sallen S7 foi utilizado.
O motor V8 302 apesar do apelido "Canadense" ele vinha tanto do Canadá quanto do México, no modelo canadense as bielas são curtas e no modelo mexicano as bielas são longas. antes de mais nada vamos aos dados técnicos e lembrando que no Brasil ele só foi usado em dois modelos: Maverick e Galaxie.
CILINDRADA: 4942cm3
DIÂMETRO X CURSO: 101.6 mm x 76.2mm
TAXA DE COMPRESSÃO: 7,5:1
VERSÃO Á ÁLCOOL
TAXA DE COMPRESSÃO: 11:1
Outras curiosidades técnicas: motor com bloco e cabeçote de ferro, comando de válvulas no bloco acionado por varetas e corrente metálica e carburador de corpo duplo.
FORD MAVERICK
Em outubro de 1972 a Ford apresentou o Maverick no Salão de São Paulo daquele ano, em abril de 1973 ele foi apresentado com vendas começando em Junho, no caso duas opções de motor: o seis cilindros 184 herdado do Aero Willys e é claro o V8 norte-americano em ação: o Windsor 302 V8 de 5 litros que gerava 39.5KGFM a 2400RPM e 197CV a 4600RPM e o câmbio era manual de quatro marchas, o motor era de série no esportivo GT e opcional nas versões Super e SuperLuxo, só que veio a crise do Petróleo em outubro de 1973 e tudo se complicou, em outubro de 1975 na linha 1976 para se alinhar ao Galaxie reestilizado o motor V8 passa a ter 199CV, mas mantém o torque, vale lembrar que a potência é bruta, aliás o Maverick foi bem sucedido nas pistas dos anos 1970 com os cabeçotes do GT40 por exemplo, em outubro de 1977 chegava a "Fase II" com leve facelift é claro agora o motor V8 302 passa a ser opcional no GT, enquanto as demais eram equipadas com o quatro cilindros 2.3 OHC que estreou em 1975 e ele seguiu até outubro de 1979 quando ele deu adeus, mas sua base foi longeva pelo mundo.
GALAXIE
Em outubro de 1975 na linha 1976 o Ford Galaxie recebia uma reestilização forte com nova grade dianteira, faróis, para-choques e novas lanternas, um visual bonito sem dúvidas, mas lógico que manter o V8 272 4.8 da família Y não dava, já que o Galaxie era o topo de linha na Ford brasileira da época e o Maverick estava abaixo e com isso para as versões 500, LTD e Landau ele herdou o V8 302 Windsor do Maverick e aqui passou a gerar 39.8KGFM a 2400RPM e 199CV a 4600RPM ainda que brutos, aliás o próprio Maverick como foi citado acima passou a ter a potência alinhada ao Galaxie e lógico o Galaxie como sempre tinha câmbio manual ou automático ambos de três marchas, aliás o Galaxie era o único nacional da época onde o câmbio automático vendia mais, em outubro de 1979 ele perde a versão 500, em Março de 1980 ele ganha a opção á álcool, no motor V8 á gasolina as válvulas eram estranguladas e o modelo á álcool passou a ter as válvulas do modelo norte-americano, taxa de compressão de 11:1 e reservatório de partida á frio com injeção automática(sim, uma coisa que está em extinção hoje, mas uma gigantesca tecnologia para época) e com isso ele gerava 35.6KGFM a 2400RPM e 154CV a 4600RPM e os valores aqui são líquidos, no modelo á gasolina os valores líquidos são de 30.6KGFM e 135CV, um ganha significativo. Em dezembro de 1982 a versão LTD dá o seu adeus, só ficando o Landau e um ano depois era vez do Galaxie dar o adeus e com isso sendo o último automóvel de passeio V8 fabricado no Brasil e foi o único automóvel fabricado na antiga fabrica do bairro Ipiranga-SP, o próprio Maverick foi feito em São Bernardo do Campo-SP onde atualmente a Ford fechou á fábrica, era o fim dos V8 norte-americanos fabricados no Brasil em ação.
Esse é o post comemorativo 5000
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